Dicas para comer bem

Você é o que você come. Basta ver a quantidade de doenças relacionadas à alimentação. Dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostram que, na parcela da população mundial que pode se alimentar bem, crescem os casos de enfermidades relacionadas ao consumo excessivo de açúcar e gorduras.

O que estamos fazendo de errado? O ditado que diz que é melhor prevenir do que remediar parece ter sido esquecido, pois remediar é tudo o que temos feito em termos de alimentação. Ganhamos peso e depois aderimos à dieta da moda. Exageramos nos carboidratos e depois abandonamos o arroz e os pães. Cortamos ovos, café, chocolate... Mergulhamos no conto de alimentos milagrosos. Tudo em nome da boa forma, mas saúde que é bom, nada.

“Todos os macroelementos (carboidratos, proteínas e lipídios) e microelementos (vitaminas e minerais) são essenciais ao bom funcionamento do nosso organismo. O segredo está em ingeri-los de forma equilibrada”, afirma Gabriel Biancardi, nutrólogo do Hospital 9 de Julho em São Paulo. O problema é que hoje estamos consumindo produtos, e não alimentos. Carnes repletas de hormônios, comidas cheias de conservantes e sódio. Quanto mais processados e beneficiados os alimentos, piores para nosso organismo.

Adequar uma alimentação saudável ao ritmo de vida contemporâneo não é tarefa fácil. Mas Renata Garrido, supervisora do Serviço de Nutrição do Hospital 9 de Julho, garante que também não é impossível. “Comer bem requer cuidado. Devem-se considerar a procedência, a preparação e também o valor nutricional dos alimentos escolhidos”, alerta. 
 
Congelados

Os industrializados contêm alto teor de sódio e calorias e devem ser evitados. No entanto, os caseiros são boa opção. Cozinhe e congele vegetais e descongele-os em fogo brando e com pouca água. Mas atenção: uma vez descongelado, nunca volte a congelar um alimento. 

Gorduras

Até mesmo os produtos industrializados podem conter as chamadas “boas” gorduras. É o caso do azeite de oliva e do óleo de canola, por exemplo. As oleaginosas, como o amendoim, as castanhas e as nozes, também são boas fontes de gorduras. Além do leite integral − para as crianças.

Adoçantes

Quem não sofre de diabetes não precisa usar adoçantes nem privar-se totalmente do açúcar. O correto é comer doces moderadamente e consumir sucos e cafés sem açúcar ou adoçante.

Sucos prontos

Os sucos do tipo néctar são, basicamente, formados por água, polpa de fruta (em geral em quantidade mínima) e açúcar (este sim em grande quantidade). Mas há no mercado opções de sucos de caixinha sem açúcar – em geral encontrados nos refrigeradores. E, sempre que possível, troque o suco pela própria fruta, que é rica em fibras.

Pão integral

Alimentos integrais são importantes aliados do controle da glicemia e auxiliam no trânsito intestinal e na perda de peso. Mas leia sempre o rótulo. Segundo a Anvisa, pão integral é o preparado com farinha de trigo e farinha de trigo integral ou fibra de trigo e/ou farelo de trigo. E lembre-se: o consumo controlado de farinha branca também é permitido. 

Comer fora

Dê preferência aos alimentos cozidos, grelhados e assados. Evite as saladas e os alimentos crus, de maior risco de contaminação. Para o café da manhã e o lanche da tarde, opte por frutas, pão ou bolo com farinha integral, iogurte desnatado com cereais integrais.

Enlatados

Os produtos enlatados apresentam conservantes. Então a recomendação é evitá-los sempre que possível. Quando não se puder substituí-los, observe: as latas não podem estar amassadas nem ter furos. Fuja das “estufadas”, pois os alimentos dentro delas podem estar contaminados pela bactéria causadora do botulismo. Fique atento ainda ao prazo de validade e higienize o exterior da lata antes de abrir.